Desde 2013 que a Cáritas Diocesana de Setúbal desenvolve uma parceria com a Cooperativa Projeto Esperança designada “Projeto Amigo“. Este tem por missão resolver o problema do excedente e desperdício de roupa usada em Portugal, colocando-a ao dispor de quem mais necessita ou encaminhando-a para reciclagem, caso não esteja em condições. Satisfaz, ainda, a carência de roupa das instituições que a solicitem, fornecendo e entregando, gratuitamente, roupa limpa, higienizada e devidamente acondicionada.
Iniciou na cidade de Setúbal, em todas as paróquias, com 19 contentores, e foi crescendo pela Diocese. Hoje em quase em todas as paróquias (54 das 57 existentes), estabelecendo acordos escritos nuns casos e de cavalheiros noutros, atingiu já 142 contentores e 400 toneladas de roupa recolhida em 2017.
A Cáritas Diocesana de Setúbal desenvolveu esta parceria envolvendo, também, entidades privadas, e tem hoje contentores em algumas áreas comerciais, com as quais estabeleceu protocolos, sendo as paróquias, contudo, os parceiros privilegiados, para as quais reverte setenta euros por cada tonelada de roupa recolhida nos contentores existentes na sua jurisdição.
Esta opção, exclusiva da Cáritas Diocesana de Setúbal, visa disponibilizar verbas para a ação social das paróquias, motivando os católicos e todas as pessoas com vontade de ajudar, a contribuir deste modo simples e com um recurso que seria um desperdício, e que permite responder às necessidades dos mais pobres.
Em 2016 estavam envolvidas 36 paróquias com 99 contentores e foram entregues mais de vinte e cinco mil euros. Em 2017 estão envolvidas 54 paróquias, com 142 contentores, e estima-se que a verba a enviar seja na ordem dos vinte e oito mil euros. Ainda há margem para crescer nas paróquias e nas autarquias, com o recurso controlado ao espaço público.
Já foi criada a Cooperativa Projecto Esperança que dá trabalho a mais de 60 pessoas em regime permanente. O(a)s trabalhadore(a)s são essencialmente pessoas em situação de desemprego de longa duração que, pela idade e formação, já não teriam possibilidades de conseguir trabalho. Assim, temos consciência que, ao transformar um desperdício em recurso, podemos ajudar dignamente alguns que passaram a ter um trabalho digno, deixando deste modo de sobreviver com os apoios sociais da ação social de proximidade
Eng.º Domingos de Sousa, Presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal