01 de Novembro de 2018, ANIVERSÁRIO DA CÁRITAS DIOCESANA DE SETÚBAL
Completam-se 42 anos da assinatura do Decreto de constituição da Cáritas Diocesana, por D. Manuel Martins, 1.º Bispo de Setúbal, cuja partida para o Céu, há mais de um ano, nos deixa muitas saudades, especialmente naqueles que O conheceram e com Ele conviveram.
Os pobres deste País também sentem a Sua falta, a falta da Sua Voz, da Sua Forma de Lutar pelos Sem Voz nem Vez.
Nós, os que ainda cá estamos, vamos procurar ser dignos continuadores da Sua Obra e da Sua Voz, ao nosso nível, é claro, com as nossas limitações e fraquezas. Do Céu que nos Ampare. Na Terra os que acreditam que rezem por nós, e aqueles que podem nos ajudem para desse modo minimizar o sofrimento dos outros.
Esta direção, com pouco mais de dois anos de muitos desafios e preocupações, aceitou entrar no sonho lindo de ajudar os mais pobres.
Os desafios são muitos porque a empreitada é grande, sendo a segunda maior Cáritas Diocesana do país, com cerca de 150 trabalhadores e 1200 utentes, nas diferentes respostas sociais.
A sustentação dos postos de trabalho, num tempo difícil e num distrito onde há tantas dificuldades de emprego que leva muitos jovens e não só a procurar trabalho noutros distritos, é por si só um fator de forte perturbação.
A procura da proximidade com os mais desfavorecidos, em zonas carenciadas, faz com que a ação da Cáritas Diocesana de Setúbal seja desafiante, mas ao mesmo tempo mais difícil;
A precariedade do trabalho e os baixos rendimentos das famílias, criam dificuldades na gestão de uma instituição, que pela Sua Natureza e Vocação, não pode nem deve esperar facilidades.
A procura do espaço geográfico da Diocese, por tantos Imigrantes, à procura de Paz, Trabalho e Vida Digna, deixa-nos amargurados pela impotência, muitas vezes sentida, de querer e não conseguir dar a resposta que estas pessoas merecem e à qual têm direto.
Vivemos numa casa que é comum, somos um povo de povos e uma cultura de culturas, saber que estes valores se esquecem ou simplesmente se ignoram e dão lugar a indiferenças que no mínimo magoam, pela condição a que são votados tantas e tantos que vivem longe da família, não encontram condições dignas de vida e portanto não são respeitados na sua condição de Filhas e Filhos do mesmo DEUS, torna o trabalho da Cáritas, mais penoso e a ansiedade por não encontrar respostas , maior.
Habitamos num distrito em que nos últimos dez anos o investimento caiu, o desemprego aumentou, a retoma é tímida e a pobreza uma constante; onde há trabalhadores, que pelo facto de o serem não deixam de ser pobres; a previsão de que aquele(a)s que são o(a)s mais pequenino(a)s, porque são doentes, não têm trabalho, não têm casa ou estão prestes a perder a casa miserável em que vivem e a instituição não tem capacidade de os albergar ou de lhes permitir melhores condições de vida com mais dignidade, tudo isto gera um grande desconforto a quem tem o dever de diariamente conviver de perto e ouvir as dificuldades; é doloroso para quem gere, é doloroso para todo(a)s os que diariamente com eles convivem, os ouvem, os ajudam e procuram que a chama já ténue da Esperança não se apague.
Que sociedade, assim dita, é esta? Ignora os seus, Ignora os Pobres…..
Temos consciência de que ninguém tem solução para os problemas todos, nem para todos os problemas, mas temos consciência também que muito mais pode ser feito…muitas vezes trata-se apenas de opções.
Aproxima-se o Natal, para uns tempo de fantasia e ilusão, para tantos tempo de dor.
Em nome da Cáritas Diocesana lanço o repto a todas as pessoas de boa vontade para que nos ajudem a fazer da vivência do Natal um tempo de Esperança para os Pobres; um tempo de Esperança para os Desempregados; um tempo de Esperança para os Abandonados; um Tempo de Esperança para os Presos; um tempo de Esperança para os Migrantes e Refugiados…
Estamos em viagem por este Mundo, na vida que DEUS nos dá, porque não “Partilhamos essa Viagem”?
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